Devido à gravidade do quadro clínico de José Higino da Silva, que encontra-se altamente debilitado, não conseguindo sequer dar alguns passos, a Central de Transplantes de Alagoas acionou o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e, com isso, ele passou a integrar a fila de prioridades. A partir daí, o Núcleo Interno de Regulação (NIR) do HMA, em Maceió, acordou todos os detalhes do traslado com a equipe de regulação do Hospital Albert Einstein e, finalmente, por volta das 10h desta quarta-feira (23), o paciente deixou a capital alagoana com destino a SP, depois de ter sido transportado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares.
“Atualmente só contamos com o senhor José Higino da Silva em nossa fila estadual para transplante de coração. Felizmente ele conseguiu entrar na fila de prioridades, devido à gravidade do seu quadro clínico. Apesar de muito jovem, ele está extremamente debilitado segundo a equipe médica que estava fazendo o acompanhamento dele e, agora, vamos torcer para que dê tudo certo, que o transplante seja realizado e ele possa a retornar a Alagoas para viver sua vida normalmente”, ressaltou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, ao agradecer o apoio da coordenadora do NIR do HMA, enfermeira Ane Meirele Ramos.
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, destacou o trabalho integrado realizado pelos técnicos que integram a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para viabilizar o translado de José Higino da Silva até SP. “Desde a última terça-feira [22], quando fui informado que o paciente iria entrar na fila de prioridades para o transplante e precisaria migrar para a capital paulista, que os profissionais da Central de Transplantes, da Central Estadual de Regulação, do Metropolitano e do Samu têm trabalho de forma integrada e sincronizada para que o processo ocorrer satisfatoriamente. Aos nossos servidores, os nossos parabéns e a José Higino os votos de êxito na realização do transplante”, enfatizou o gestor da saúde estadual.
Confiança
Apesar de consciente da gravidade do seu problema de saúde, José Higino da Silva, que reside no bairro Feitosa, em Maceió, disse estar confiante que o transplante de coração será feito com sucesso. “São nove anos de tratamento, mas a minha situação é muito complicada. Sempre tomei medicamentos, mas, nos últimos meses, o meu quadro se agravou e, segundo os médicos que cuidaram de mim no Hospital Metropolitano, apenas o transplante de coração vai resolver minha situação. Deixo essa unidade com o sentimento de gratidão e com esperança no meu debilitado coração”, ressaltou o paciente, enquanto era preparado pela equipe do Samu para ser levado até o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares.
José Higino da Silva viajou para SP acompanhado da esposa, Isa Kelly Feitosa, que está casada com ele há oito anos. “Estamos deixando meus dois filhos para irmos até São Paulo em busca da cura para meu marido. É um misto de nervosismo e expectativa, mas tenho fé em Deus que tudo vai dar certo, porque ele é um homem bom, honesto e trabalhador e tem lutado com muita garra para manter-se vivo”, frisou, ao agradecer a equipe do HMA pela assistência dispensada ao marido, que estava internado na unidade hospitalar desde o último dia 27 de julho, quando sofreu uma grave crise e precisou de assistência médica.
Situação Crítica
Antes de deixar o HMA, José Higino da Silva foi monitorado pelo cardiologista Arnaldo Mendes, que além de cuidar do paciente, a todo momento o encorajava e proferia palavras de motivação. O profissional relatou que a situação do paciente é muito delicada, porque ele está muito debilitado, mas que o transplante vai recobrar sua saúde, desde que o procedimento ocorra sem intercorrências e a recuperação aconteça de forma satisfatória.
“A insuficiência cardíaca com fração de ejeção ocorre quando os ventrículos do coração não se contraem adequadamente durante cada batimento cardíaco. Com isso, o sangue não é adequadamente bombeado para fora do coração. No atual quadro de saúde dele, apenas o transplante resolve o problema e estamos muito felizes em saber que ele passou a integrar a fila de prioridades para fazer o procedimento cirúrgico”, enfatizou o cardiologista do HMA.