Formação ousada para furar retranca de Jair Ventura traz volume
Paulo Sousa mais uma vez surpreendeu e entrou em campo com escalação ousada. Arão era o único volante, e Pedro e Gabigol voltavam a iniciar uma partida juntos após dois meses - a última havia sido contra o Vasco, em 20 de março.
Nada, porém, que escondesse o bom primeiro tempo do Flamengo. Controlou o jogo com mais posse de bola (59%) e sobrou nas finalizações: 7 a 1. Everton Ribeiro também merece a menção pela boa participação defensiva, inclusive cobrindo algumas subidas de Arão.
Após a entrevista coletiva, em conversa já com os microfones desligados com alguns repórteres, Paulo Sousa classificou a atuação de Gabigol como "extraordinária" pelo comprometimento em sair da área para buscar o jogo, dar passes e criar espaços.
Disse ainda que a participação do camisa 9 pode ter ajudado "o colega dele da seleção brasileira" a encontrar mais um jogador para a Copa do Catar.
Em seu segundo jogo completo no ano, Rodrigo Caio mais uma vez foi preciso no combate e não errou nenhum dos 70 passes tentados. Mais uma boa atuação e no mesmo nível que seu companheiro Pablo também esteve.
O Flamengo esteve longe de construir um placar compatível com a formação no 4-3-3 e os jogadores de maior poderio ofensivo em campo, mas deixou o campo pela segunda vez consecutiva sem ser vazado.
Paulo se disse "satisfeitíssimo" com o resultado, sentimento que certamente não é compartilhado por uma torcida que vaiou o time após o jogo, pediu Jorge Jesus e xingou Marcos Braz e Rodolfo Landim. Mas a atuação passou longe de merecer protestos efusivos. Vencer no Campeonato Brasileiro era urgente, e o Flamengo o fez. Sem amassar o adversário, sem triangulações envolventes, mas venceu.